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O rio que está sendo feito hoje para recuperar o Rio Tietê

Não foram poucos os erros históricos na relação entre a cidade de São Paulo e seus rios. Hoje, grande parte deles está escondida sob ruas e avenidas, e os poucos que podem ser vistso sofrem com o descaso e a poluição. Ver em Mais Informações

Mas alguns projetos estão em curso para tentar recuperar uma ligação saudável entre as águas e os habitantes. Hora de conhecê-los mais de perto.
Projeto Tietê
A poluição é um dos problemas mais evidentes do Rio Tietê. Quem passa pelas marginais ou pelas pontes sobre o rio percebe o mau cheiro quase imediatamente. O problema não é novo: já em 1942, a Travessia de São Paulo a Nado — prova de natação disputada no próprio rio, criada em 1924 pelo jornalista Cásper Líbero — foi cancelada pois não era possível garantir condições de salubridade aos atletas. A retificação e o despejo de esgoto sem tratamento agravaram o problema ao longo das décadas.
Em 1990, a Rádio Nova Eldorado AM transmitiu o programa “O Encontro dos Rios”, sobre a despoluição do Rio Tâmisa, em Londres, e iniciou um abaixo-assinado para que o poder público fizesse alguma coisa sobre o tema. A campanha teve 1,2 milhão de assinaturas, até hoje a maior mobilização ambiental na América Latina.
Aos poucos, outras instituições passaram a apoiar a campanha. A SOS Mata Atlântica abrigou o Núcleo União Pró-Tietê, que recebeu patrocínio de US$ 350 mil do Unibanco. A Fiesp firmou um convênio com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente para controle de resíduos lançados no rio. A Câmara Municipal também deu sua contribuição e aprovou três moções de apoio à campanha.
Em 1992, então, nascia o Projeto de Despoluição do Rio Tietê, feito pela Sabesp. Ele está atualmente na terceira fase de um total de quatro. Esta etapa, que deve durar até 2015 tem como meta “passar dos atuais 84% na coleta para 87%, e o tratamento de 70% para 84%” na Região Metropolitana de São Paulo, segundo o site oficial do projeto.
“São mais de 560 empreendimentos espalhados em 25 municípios, simultaneamente em toda Grande São Paulo para construir ou ampliar Estações de Tratamento de Esgoto, instalar novas tubulações de grande porte (interceptores e coletores-tronco), aumentar as redes coletoras nos bairros e novas ligações domiciliares. Com isso, o esgoto gerado nas casas, prédios, comércio e indústria é encaminhado até o tratamento e devolvido despoluído à natureza.”
As duas primeiras fases (1992-1998 e 2000-2008) já elevaram a coleta de esgoto de 70% para 84% e o tratamento de pífios 24% para 70%. O resultado, aos poucos, começa a aparecer:
“O rio Tietê vem sendo recuperado, e a mancha de poluição já recuou 160 km, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. Assim, se antes a mancha chegava a Barra Bonita (260 km da capital), hoje está em Salto (100 km de São Paulo). Cidades como Porto Feliz, Tietê, Anhembi e Barra Bonita voltaram a ter lazer, pesca e turismo.”
A expectativa é que, até 2015, 30 km do trecho paulistano do rio voltem a ter vida, enquanto outros 30 km deixarão de ter odor desagradável. A presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse no começo do ano que, até 2025, o rio deve estar despoluído.
Parque Várzeas do Tietê
Com 75 km de extensão e 107km² de área, o Parque Várzeas do Tietê foi projetado para ser o maior parque linear do mundo. Não é para menos: ele ligará o Parque Ecológico do Tietê, na capital paulista, ao Parque Nascentes do Tietê, na cidade de Salesópolis, onde, como diz o nome, o rio começa seu percurso. No meio do caminho, ele passará pelos municípios de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim.

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