Rio Uberaba tem capacidade para produzir água suficiente para abastecer uma população de 1,5 milhão de habitantes

Estudo realizado pelo especialista em hidrologia, Renato Manzan, na bacia do Rio Uberaba, revela que descontados os consumos fixos inerentes à própria biota, como a evapotranspiração e o consumo humano e animal e considerando que só se usaria 30% da água captada, e, caso houvesse represamento e gestão da água perdida, ainda sobrariam 104 milhões de metros cúbicos por ano, ou uma vazão contínua de 3.300 litros por segundo. "Água suficiente para manter uma população urbana de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, com consumo per capita de 200 litros", afirma Renato.
Mas, para a consecução desta meta, Renato explica que é preciso promover, estimular e implementar programas e ações que visem, por exemplo, a recomposição das matas ciliares e de topos, limitação e a racionalização do uso da irrigação na bacia, estímulo ao reuso da água, impedimento do plantio da cana-de-açúcar industrial na bacia, proibição de loteamentos às margens do rio Uberaba e o suporte ao povoamento da fauna ictiológica dos reservatórios construídos, bem como da flora ao entorno dos mesmos. Para Renato, embora complexas, essas

s ações devem ser encaradas baseando-se na constatação de que a maioria dos problemas de qualidade e quantidade de água são evitados e resolvidos, através do gerenciamento da bacia. "Não quero defender a ideia de que o Rio Uberaba deva ser a única fonte de abastecimento de água na cidade. É preciso fontes alternativas. Porém, volto a ratificar que sou contra a transposição definitiva do Rio Claro, que vai desequilibrar todo aquele sistema", disse. Renato sugere projetos como a construção de barragens no Rio Uberaba e a perfuração de poços artesianos.